Tema foi discutido na tarde desta terça-feira (24), com moderação de Ana Lúcia Brasil, coordenadora da Câmara Técnica de Saneamento e Saúde em Comunidades Isoladas da ABES-SP
O primeiro dia do 31º Encontro Técnico AESabesp teve uma mesa redonda com o tema “saneamento em comunidades rurais e/ou isoladas: arranjos institucionais e modelos de gestão”. O assunto foi debatido na tarde desta terça-feira, 24 de novembro. A moderadora do debate foi a engenheira sanitarista Ana Lúcia Brasil, coordenadora da Câmara Técnica de Saneamento e Saúde em Comunidades Isoladas da ABES-SP.
Alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), esta edição do evento tem como tema central “Saneamento ambiental: inclusão social para a cidadania” e ocorre por meio de plataforma digital com importantes nomes do setor, aliando conhecimento técnico com interatividade. No total, são três dias e mais de 20 horas de evento online, com 12 mesas redondas, 5 painéis de discussão, 15 palestras comerciais e 98 apresentações de trabalhos técnicos, nas quais o público pode interagir, debater e trocar experiências
“O Encontro Técnico AESabesp tem uma importância enorme, não só do ponto de vista dos engenheiros da Sabesp, mas dos engenheiros de Saneamento e Meio Ambiente do Brasil inteiro e até de outros países”, afirmou Ana Lúcia Brasil.

A mesa redonda foi coordenada por Sonia Nogueira, da Comissão Organizadora. Na ocasião, foram discutidos os arranjos institucionais e modelos de gestão que estão sendo adotados para o saneamento em comunidades rurais ou isoladas.
Também foi falado sobre definição de responsabilidades, participação das comunidades, funcionamento e manutenção dos sistemas de saneamento e o cumprimento das diretrizes do ODS 6 (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável), que visa assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
“Esse tema é muito interessante, porque a população carente, vulnerável e isolada não é olhada da mesma forma que a população urbana. É uma equipe que tem foco, interesse e são lutadores, para que essa população seja atendida na totalidade do setor de saneamento, onde se possa ter água tratada, coleta de esgoto e qualidade de vida. Os privatistas não têm interesse em investir nesse povo, porque não dá retorno. É um tema de suma importância, eu sei que todos os temas do setor de saneamento são importantes, mas esse é um pessoal que não é olhado e enxergado. Por isso que fui buscar esse tema para a gente debater. Esses profissionais trabalham na América Latina toda, em outros países”, afirmou Sonia Nogueira.
Participaram da mesa redonda Helder dos Santos Cortez, diretor interino da Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará); Juliana Garrido, consultora do Banco Mundial; e Telma Rocha, representante da Fundação Avina.
Na ocasião, Juliana Garrido apresentou uma análise sobre modelos de gestão para sistemas de abastecimento de água no meio rural, considerando o ODS 6. A consultora também detalhou o papel do Banco Mundial no setor, detalhando atividades e projetos em andamento para saneamento no Brasil.
Por sua vez, Helder dos Santos Cortez falou sobre o modelo de gestão SISAR para o saneamento rural do Ceará. O diretor interino da Cagece detalhou as políticas públicas para o setor e ressaltou a necessidade de haver um arranjo institucional do Estado junto à companhia de água ou outra entidade que faça esse papel.
Por fim, Telma Rocha apresentou a atuação da Fundação Avina no saneamento em comunidades rurais ou isoladas, além de detalhar arranjos institucionais e modelos de gestão que viabilizam essas atividades na América Latina e no Caribe.
“Foi muito interessante a exposição do Banco Mundial mostrando esse tipo de trabalho em comunidade e a apresentação do engenheiro da Cagece mostrando como eles avançaram atendendo quase todos os municípios do Ceará. Depois, a visão de uma fundação dando assistência técnica a esses programas com caráter social. É uma visão nova de um novo mercado de trabalho”, considerou a moderadora Ana Lúcia Brasil.
“As apresentações da mesa foram muito boas, atualizaram dados que os palestrantes fizeram em outros seminários, todos eles apresentando novidades, você vendo que esse trabalho no rural se expande além de água e esgoto, tem a parte de produção de energia como um foco para geração de energia solar para comunidades isoladas, ter equipamentos elétricos movidos a energia solar, muitas novidades”, afirmou também a moderadora.
O 31º Encontro Técnico AESabesp continua nesta quarta e quinta-feira, em plataforma exclusiva do evento. Acesse aqui